Formigas são 'traiçoeiras e corruptas', diz estudo

A seguir apresento uma notícia enviada pelo meu amigo de projeto Fábio Ferreira sobre as formigas. Esta notícia me faz acreditar, aliado com algumas palavras de nosso orientador Otávio Noura. De que os seres humanos sempre tem um pouco de egoismo, nem que seja mínimo, mas sempre há. Os seres humanos tem interesse em tudo, sempre fazem suas ações pensando, mesmo no subconsciente, em simplesmente interesses próprios, na verdade enxergo isso como mecanismos de sociais como sobrevivência, defesa, etc.
Bem, há um tempo atrás escrevi um post sobre as formigas, que me faziam acreditar que apenas seres humanos teriam costumes "feios", contudo a lei da sobrevivência é muito mais animal e horrível do se parece. Pretendo escrever mais sobre a notícia abaixo. Até la, fico apenas com a idéia: "Tudo deve estar em equilíbrio!".

Noticia:

Formigas são 'traiçoeiras e corruptas', diz estudo

Uma nova pesquisa sugere que as formigas são traiçoeiras, egoístas e corruptas, contrariando a imagem de insetos de convivência harmoniosa e com pré-disposição para colocar o bem da comunidade acima de preocupações pessoais.


Formiga (arquivo)
O DNA nas colônias revelou o antagonismo entre as formigas

Os pesquisadores Bill Hughes, da Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha, e Jacobus Boomsma, da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, descobriram que determinadas formigas conseguem burlar o sistema, garantindo que seus filhotes se tornem rainhas reprodutivas ao invés de operárias estéreis.

"A teoria aceita era de que as rainhas eram produzidas só por criação: certas larvas recebiam determinados alimentos para que se desenvolvessem de forma a se tornar rainhas e todas as larvas poderiam ter essa oportunidade", explicou Hughes.

"Mas nós realizamos uma identificação de DNA em cinco colônias de formigas-cortadoras e descobrimos que os filhotes de alguns pais têm maior probabilidade de se tornarem rainhas do que de outros. Estas formigas têm um gene ou genes 'da realeza', que lhes dá uma vantagem injusta e permitindo que tapeiem muitas de suas irmãs altruístas em sua chance de se tornarem rainhas."

'Às escondidas'

Mas o que intrigou os cientistas foi que essas linhagens genéticas "reais" sempre foram raras em cada colônia.

Hughes diz: "A explicação mais provável tem que ser que as formigas estão tomando medidas deliberadamente para evitar serem detectadas. Se houver um excesso de formigas de uma linhagem genética tornando-se rainhas em uma única colônia, as outras formigas notarão isso e poderão tomar uma medida contra elas."

"Então nós achamos que os machos com estes genes 'reais' evoluíram para, de alguma forma, propagar seus filhotes por mais colônias e, assim, escapar detecção. A raridade das linhas reais é, na verdade, uma estratégia evolutiva para que os tapeadores escapem do destino de ser reprimidos pelas massas altruístas que exploram."

Umas poucas vezes por ano colônias de formigas produzem machos e novas rainhas que saem do ninho em busca de novos parceiros para reprodução.

Os machos morrem pouco depois do acasalamento e as fêmeas fundam novas colônias.

Sem utopia

Os pesquisadores estão ansiosos para estudar este processo, para determinar se sua hipótese é correta e a estratégia de acasalamento dos machos com genes reais garante sua raridade, para manter suas vantagens ocultas de seus parceiros operários.

Mas a descoberta dos cientistas prova que, embora colônias de insetos sociais freqüentemente sejam citadas como prova de que sociedades possam ser baseadas em igualdade e cooperação, elas não são tão utópicas quanto parecem.

"Quando estudamos insetos sociais como formigas e abelhas, com freqüência é o aspecto cooperativo que de sua sociedade que aparece primeiro", disse Hughes.

"Mas, quando você examina mais de perto, pode ver que há conflito e tapeação - e, obviamente, a sociedade humana também é um exemplo primordial disso. Acreditava-se que as formigas eram exceção, mas nossa análise genética mostrou que a sociedade delas também é abundante em corrupção - e corrupção real!"

A pesquisa foi financiada pela Fundação Carlsberg e publicada em Proceedings of the National Academy of Sciences.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/03/080313_formigasegoistas.shtml